Nos anos 50, os botânicos Padre Raulino Reitz e Roberto Miguel Klein iniciaram diversos estudos sobre a Mata Atlântica em Santa Catarina. Durante a pesquisa evidenciaram a importância do território que hoje abriga o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro para a conservação da natureza e para a manutenção da vida. Segundo os pesquisadores, a área possuía característi-cas de grande relevância, com uma rica biodiversidade, um imenso potencial hídrico, além de fatores geológicos, climáticos, paisagísticos e turísticos de destaque. Atualmente fazem parte do Parque do Tabuleiro áreas dos municí-pios de Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São Bonifácio, São Martinho, Imaruí, Paulo Lopes e Florianópolis. Além das ilhas Siriú, Car-dos, Coral, Andrade, Largo e os arquipélagos das Três Irmãs e Moleques do Sul.
Hoje, após 34 anos de criação, a falta de fiscalização, estrutura e recursos humanos, espe¬culações imobiliárias, criação de gado e irregularidades fundiárias são os prin¬cipais problemas que caracterizam a realidade do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro.
Em Santa Catarina, além das políticas públicas não darem o devido valor às áreas naturais protegidas como oportunidade ao desenvolvimento econômico sustentável das regiões, incentivam ainda a anulação e diminuição das mesmas. Como aconteceu em março de 2009, quando desanexaram algumas áreas do Parque, como a Vargem do Braço, em Águas Mornas, local de onde vem a água que abastece mais de 1 milhão de pessoas da Grande Florianópolis. Esta área perdeu a proteção integral, como alerta o promotor do Parque, José Eduardo Cardoso: “arrancaram o coração do Parque”. Fica aí reflexão: Sem a proteção dos mananciais de água, qual garantia futura de qualidade de vida que uma população pode ter?
Para que esta percepção de desrespeito ao Parque seja modificada, é preciso que exista conscientização ambiental! No momento que as pessoas entenderem e conhecerem as funções e relações que existem entre seres humanos e natureza, então veremos comunidades valorizando e defendendo os recursos naturais e suas Unidades de Conservação.
Cabe às comunidades que residem nessas áreas o auxílio na preservação, e os gestores, fazer com que essas Unidades proporcionem fonte de renda, levando ao desenvolvimento econômico sustentável local e regional. Um exemplo disso no Parque é a permissão para que se realizem pesquisas científicas e ecoturismo, desde que, regulamentado e autorizado pelo órgão administrador, no caso, a Fundação Estadual do Meio Ambiente, Fatma.
As pesquisas científicas realizadas no território do Parque mostram a importância da conservação dos ambientes para manter a complexa rede de conexões entre as espécies, preservando a biodiversidade e as¬sim mantendo a qualidade de vida das popula¬ções humanas. O trabalho dos pesquisadores também busca a conscientização das popula¬ções de entorno, de modo que a importância do equilíbrio biológico, como um todo, seja per¬cebida por essas comunidades vizinhas, para que elas também se sintam parte desses ambientes e responsáveis por sua conservação.
Texto e fotos: Flora Neves, publicado em Jornal Palavra Palhocence de 22 de abril.
LEMBRE-SE PRESERVAR SEMPRE, PELA VIDA!
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